terça-feira, 23 de janeiro de 2018

      Eu, juntamente com meu grupo, levantamos informações a respeito da existência de manifestações culturais negras na região. A manifestação que escolhemos foi o caruru oferecido.
   
      Nós conversamos com um responsável do caruru na região,entrevistamos o Sr. Crispiniano Ferreira, residente do Cajueiro Velho, Ibicaraí – BA. Abaixo podemos contemplar suas respostas, que foram ricas não só para o trabalho como para o conhecimento da equipe:

O que acontece no seu caruru? 
“Pré-preparamos todas as comidas de vésperas.”

Quando acontece?
“Acontece todo último sábado do mês de outubro.”

Como acontece?
“Uma semana antes já começamos a envolver.”

Por que você faz o caruru?
“Faço meu caruru porque tenho um irmão gêmeo chamado Crispim e tenho uma obrigação com Crispim e Crispiniano.”

Quais são os elementos que traz? 
“Os elementos são: a fé, amor pelo que faço.”

Qual a origem do seu caruru?
“A origem é que minha mãe quando éramos pequenos dava ceia, e nós que ficamos com a responsabilidade. Porém eu que assumi toda a responsabilidade.”

Na foto está o Sr. Crispiniano, Dona Marlene e algumas crianças sentadas. 
*Foto veiculada mediante autorização do pertencente* 

          De fato, uma das aulas mais interessante pra mim foi quando a professora nos propôs que fizéssemos 4 movimentos de todas as aulas que tivemos anteriormente, o que nos fez trabalhar a nossa memória.

          Nessa aula, trabalhamos vários termos como o preconceito, racismo, discriminação racial, entre outros, apenas com o nosso corpo; e foram feitos ótimos trabalhos, conseguimos abordar assuntos tão presentes apenas com o corpo, de uma forma que todos entendessem a mensagem que queríamos passar.

          O meu grupo ficou o tema preconceito, nós retratamos a história de um deficiente físico com uma imagem congelada e usufruirmos de movimentos que trabalhamos durante o cc, como a dança que aprendemos na Escola de Capoeira em Salvador, o “tô com dor, seu Doutor” e um dos movimentos que fazemos em todos os alongamentos nas aulas. Usufruímos de uma "imagem congelada", onde apenas a nossa expressão foi exposta.


       Nós do CUNI Ibicaraí viajamos junto com CUNI Itabuna para Salvador, orientados e acompanhados dos nossos professores Joel Felipe e Evani Lima. Fizemos uma rica e aproveitosa viagem, onde conhecemos a Escola de Capoeira Angola Irmãos Gêmeos do Mestre Curió, o Pelourinho, Museu de Arte Moderna, Farol da Barra e o Rio Vermelho.
   
       O que mais me impactou foi a visita à Escola de Capoeira, pelo fato de que eu não conhecia a capoeira Angola, conhecia apenas a regional. Uma das falas do Mestre Curió me chamaram muito atenção também, ele sempre enfatizava que não sabia de nada, que ainda estava aprendendo; e não era o que parecia. Isso me mostrou que sempre devemos estar em busca de conhecimento, que não devemos parar por simplesmente achar que sabemos tudo, mas sempre procurar evoluir.

      O fato de eu já conhecer Salvador foi esquecido no momento dessa viagem. Parecia tudo novo. Talvez pelo fato de olhar tudo com um outro olhar, não o superficial, mas com o detalhista. As companhias também fizeram com que esse momento fosse especial.

Escola de Capoeira Angola Irmãos Gêmeos do Mestre Curió.

Mestre Curió, seus alunos e a professora Evani.

CUNI Ibicaraí e Itabuna juntamente com o Mestre Curió e seus alunos.

Nossa turma de Ibicaraí no Farol da Barra.

Obra de arte do Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM

Turma de Ibicaraí no Rio Vermelho, já se despedindo do dia incrível e produtivo na cidade de Salvador.


        O nosso CUNI teve o imenso prazer de receber e conhecer essa jovem atriz e professora de dança afro que nos apresentou as danças dos Orixás, fazendo todo mundo participar e se divertir. Nessa aula eu pude conhecer uma cultura que, geralmente, sofre muito preconceito por pessoas que nem mesmo sabem do que realmente acontece.

       Como mencionei na roda feita nessa aula, no ensino médio fui vetada de aprofundar mais nessa cultura pelo próprio professor que passou a pesquisa e depois cancelou, devido a não concordância da maioria dos alunos; por isso achei tão interessante a aula, pois além de trabalharmos nossos corpos, conhecemos um pouco mais dessa cultura e, acredito eu, que se alguém ali tinha algum preconceito, foi feito uma reconstrução de pensamento.

Registro feito com a Tâmela e nossa turma. 
Nesse dia voltei para casa com o coração cheio de paz e gratidão por poder conhecer tantas culturas diferentes. É emocionante viver tudo isso. 

Eu e meu grupo elaboramos um fichamento em 4 slides, referente às páginas 6 a 9 do texto: "O Desenvolvimento dos Territórios do Baixo Sul e do Litoral Sul da Bahia: a Rota da Sustentabilidade, Perspectivas e Vicissitudes" de Amílcar Baiardi e Francisco Teixeira.

Em sala apresentamos os seguintes slides:



      Minhas elucidações a respeito desse primeiro capítulo do texto:

  • O cultivo do cacau estava tão em alta nesse período, que às vezes a história da economia se resumia a isso;
  • Pra pelo ao menos propor um desenvolvimento sustentável para determinada região, precisa-se fazer mais ou menos uma reconstrução e estudar como foi a historiografia e a economia daquela região no passado, dando importância aos agentes econômicos daquela época, aos agentes que protagonizaram o crescimento  daquela região, especificamente, Baixo Sul e o Litoral Sul. E quem protagonizou o crescimento nessa época foram os cacauicultores;
  •  Existiam outras atividades na época, mas o que mais se destacava e mais gerava renda era a cacauicultura; 
  • Estudar as pessoas que protagonizaram o desenvolvimento da cacauicultura e como elas se viam como como agentes modificadores do crescimento da região e como elas se veem hoje, para que a partir daí, começar a propor e avaliar o potencial de mudanças. Mudança essa que esteja fundamentada no desenvolvimento sustentável, no biodesenvolvimento;
  • No primeiro ciclo teve toda uma resistência indígena e os índios dificultavam realmente a implantação desse sistema de produção de mandioca, de cana-de-açúcar... Esse foi o principal embargo para esse sistema, talvez, não ter se implantado integralmente e se perdurado por muitos anos;
  • O cultivo e plantio do cacau se iniciou de forma mais íntegra no segundo ciclo.
           Nesta aula nos deslocamos até a sede da UFSB para assistir uma palestra seguida de um debate sobre o tema: "Desenvolvimento, gestão e governança regional: a criação da Região Metropolitana do Sul da Bahia". Contamos com a presença do palestrante Luciano Rodrigues Veiga,  que é coordenador executivo da AMURC (Associação dos Municípios da Região Cacaueira), do Consórcio Litoral Sul e Presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas do Leste. Luciano é ainda pessoa atuante no Conselho Estratégico Social da UFSB, representando a AMURC. 

           Antes de dar início a palestra, assistimos um vídeo que conta um pouco do histórico de criação das regiões metropolitanas brasileiras. “Um olhar sobre as Regiões Metropolitanas no Brasil” recupera o debate sobre gestão nos municípios e fomenta a necessidade de envolvimento da população com o tema como uma ferramenta de cobrança ao poder público e transformação social. CONFIRA EM: https://www.youtube.com/watch?v=Z1_X6qsX-rg
           
           Na palestra foi apresentado alternativas já elaboradas para a criação da Região Metropolitana do Sul da Bahia, e que envolve a elaboração de proposta por um Grupo de Trabalho que tem Luciano Veiga como um dos principais articuladores.
                                                                            Palestrante Luciano Veiga

Principais ideias que anotei da palestra:

  • 1989- ano da iniciativa dos deputados Daniel Gomes e Antônio Menezes, de criar a Região Metropolitana de Itabuna;
  • 2011- dois Projetos de Lei Complementar o de nº 102/2011, que denomina a RM de Itabuna e a LC de nº 105/2011 denominada Região Metropolina do Sul da Bahia;
  • Um dos maiores desafios da gestão metropolitana: construção da gestão pública compartilhada entre Estados e Municípios, garantindo a participação social;
  • A região desenvolve um processo gradativo de consolidação de uma conurbação urbana, no trecho Itabuna-Ilhéus. Essa conurbação acrescidas com as metrópoles subpolos em RM, pode ser uma estratégia de desenvolvimento sustentável.